sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sai, Capeta: igrejas invadem programação da TV


É lamentável o atual expediente adotado por algumas redes de TV para rechear seus cofres. Ao invés de produzir e buscar anunciantes, hoje se prioriza a comercialização de horários. Tudo por preguiça e conveniência, como bem disse o colunista Flávio Ricco, da Tribuna da Imprensa.

Na última semana, os executivos da Band lotearam a faixa da 1h30 às 7h para a Assembléia de Deus, notícia dada em primeira mão por Ricardo Feltrin, da coluna Ooops! (UOL). Um mês antes, a Igreja Mundial do Poder de Deus já tinha comprado 22 horas diárias da Rede 21, emissora do mesmo grupo.

Levantamento de Daniel Castro, colunista da Folha de S. Paulo, aponta que a Band tem hoje 40 horas e 30 minutos de programação religiosa por semana, apenas três a menos do que a Record, que pertence à Igreja Universal. A campeã de aluguel de horário a igrejas é a Rede TV!. Tem 58 horas semanais de orações e exorcismos.

Levantamento de Daniel Castro, colunista da Folha de S. Paulo, aponta que a Band tem hoje 40 horas e 30 minutos de programação religiosa por semana, apenas três a menos do que a Record, que pertence à Igreja Universal. A campeã de aluguel de horário a igrejas é a Rede TV!. Tem 58 horas semanais de orações e exorcismos.

Acho óbvio o interesse dos evangélicos - assim como de católicos e outros religiosos - na televisão. É o principal meio de comunicação, uma excelente forma de atingir o público e arrebanhar novos fiéis.

Não defendo a proibição de programas religiosos na TV. A liberdade de crença é garantida pela Constituição. Estamos em um Estado laico (apesar dos inúmeros feriados católicos).

O que deve ser criticado e debatido é o comodismo das emissoras. É muito mais fácil entregar parte da programação nas mãos dos religiosos do que investir na produção de novas atrações. Não há risco. Nem responsabilidade. Os executivos lavam as mãos, como Pôncio Pilatos.


Além disso, me pergunto qual a contribuição das atrações religiosas para a qualidade da TV aberta. Em sua grande maioria, esses programas são preenchidos por promessas de emprego, prosperidade nos negócios e cura de males. Os relatos suspeitos de milagres e graças alcançadas são mostrados aos montes. Assim como atrações como Superpop ou pegadinhas forjadas, é entretenimento de gosto duvidoso.

Onde tudo isso vai parar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário